TEOLOGIA

TEOLOGIA APLICADA

Religião: Importância na Sociedade

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A Igreja, a sociedade, os meios que atribuem uma sociedade a desenvolver-se na perspectiva que o indivíduo é laqueado. Sociologia da religião explica empiricamente as relações mútuas entre religião e sociedade. Os estudos respaldam-se na dimensão social da religião e na dimensão religiosa da sociedade.

A religião na constituição das teorias sociais e dos fundamentos da sociologia a partir da visão dos clássicos. A sociologia, em Durkheim, vê a religião como força de coesão social, em Marx como criação de ilusões e em Weber como forma de racionalização de comportamento.

Ao estudarmos o fenômeno religioso por meio da sociologia, consideramos a religião para além de seu caráter místico, de fé e dogma. Assim, aplicando o rigor epistemológico e metodológico, podemos investigar a vida religiosa em suas perspectivas histórica, contemporânea, fenomenológica e teológica. No objetivo de perceber a vida religiosa em relação às profundas transformações que podemos perceber na sociedade e mergulhe numa discussão que não se atém à doutrina religiosa, mas se interessa em refletir sobre o aspecto sociorreligioso que compõem a contemporaneidade.

Religião: importância na sociedade

Se há uma coisa que pessoas religiosas e pesquisadores dos fenômenos religiosos concordam é que as Religiões são algo extremamente importante. As religiões organizam uma dimensão muito impactante na vida dos indivíduos, religiosos ou não: elas lhes propiciam o sentido de suas vidas, suas práticas e todas as dimensões da vida social: falar, vestir, comer, se expressar, se relacionar, etc. Se há uma coisa que as pessoas religiosas, espirituais e os pesquisadores dos fenômenos religiosos não concordam, totalmente, é o que define uma religião.

Para os religiosos aquilo que define uma religião é, na grande maioria das vezes, definido a partir daquilo que o grupo se estrutura ou valoriza. Isto é, sua definição toma como base a própria essência do grupo. Os pesquisadores do fenômeno religioso costumam avaliar as congruências do discurso dos religiosos sobre si e confrontá-los sobre suas práticas; procura-se identificar sistemas regulares ou comuns à maioria das religiões.

Às vezes, o discurso do analista do fenômeno religioso coincide com o do próprio grupo sobre si, outras vezes não. É preciso levar em consideração que, assim como entre os adeptos e as religiões muitas vezes, não há consenso, assim também entre os campos da pesquisa.

Uma sociologia da religião e uma antropologia da religião possuem perspectivas diferenciadas, por mais que compartilhem teorias e métodos em comum; assim como ocorre na chamada Ciência das Religiões ou na Religião comparada. Áreas autônomas da pesquisa sobre religião que se usam das abordagens sócio antropológicas das religiões, mas possuem perspectivas e objetivos diferenciados.

Feito estes esclarecimentos, caminhemos para entender a dimensão de significados que envolvem as Religiões. Nesta altura vocês já devem ter notado que não usamos o termo “religião” no singular, no exclusivismo, mas no âmbito geral.

Nestes estudos sobre as religiosidades é a dimensão plural que interessa, a dimensão do coletivo, a dimensão que afeta a sociedade. e a sociedade não é representada por uma única religião e nem muito menos, é possível reduzir toda a complexidade da religiosidade a uma religião específica. E é isso que Religião é: uma instituição social na busca do transcendente.

Religião: termo cunhado

religiao e sociedade vitral sergio valentin

Para a análise sociológica é muito importante compreender a dimensão do universo pesquisador e a gama complexa de sentidos que envolvem o objeto. Não é diferente com a sociologia. O cientista social Peter Berger (2003), em um clássico no campo da sociologia da religião, chamado “O Dossel Sagrado” alerta:

Definições não podem ser, por sua própria natureza, ‘verdadeiras’ ou ‘falsas’; podem apenas ser mais ou menos úteis. Por esta razão, não tem muito sentido discutir em torno de definições. porém, caso haja discrepância entre definições num dado campo, tem sentido discutir suas respectivas utilidades. (BERGER, 2003, p. 181).

Assim ocorre com a noção em torno do verbete “Religião”. Como apresentei no tópico anterior, há discrepâncias entre o que as ciências dizem sobre as religiões e o que os próprios religiosos dizem sobre si. E mesmo entre as diversas ciências que estudam as religiões não há nada em absoluto, salvo a ideia de que são de extrema importância e a necessidade de estudá-las e compreendê-las melhor.

A palavra Religião tem origem no latim Religare. É um sistema sócio-cultural de comportamentos e práticas designados, moral, crenças, visões de mundo, textos, lugares santificados, profecias, ética ou organizações, que relaciona a humanidade com o transcendente. Podemos ainda acrescentar que é a crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência. Aquilo que une as pessoas em torno de algo em comum, profundamente relacionado à crença e às práticas do grupo.

A religião é uma dimensão pelo qual as pessoas se associam e estabelecem um padrão mínimo de consenso em torno de diversos aspectos sociais que lhes permitem estabelecer relações de solidariedade que se baseiam numa ética que toma como base a crença do grupo.

Apesar desta construção que toma como base uma dimensão linguística e social e também espiritual, dependendo da abordagem teórica que o pesquisador social se filie, suas perspectivas em torno da própria definição do que é uma Religião e como analisá-la se sofrem modificações amplas. Vejamos algumas posições a seguir.

Em Max Weber (2000), uma definição do que é a religião não pode existir a priori, isto é, antes de conhecer e compreender o fenômeno religioso dado. Para Weber só se define religião depois de compreendê-la, e para compreendê-la é necessário chegar no fim de um estudo sobre ela.

Weber aponta é um modus operandi de se estudar a religiosidade institucionalizada, apontando para aspectos em torno da organização social e burocrática. Neste sentido Weber trabalha com a ideia da ação social sobre o indivíduo.

Emile Durkheim (1996) as definições não são tão importantes pois compreender a religião é identificar suas funcionalidades sociais e, tendo em vista, que a religião é um fato social, basta para tanto definir fato social e não religião, propriamente. E não se trata de definir mais identificar seus elementos constituintes e, principalmente, para este autor, como isto está associado à uma dicotomia entre o sagrado e o profano. Mesmo assim, este sociólogo assim define religião:

Uma religião é um sistema solidário de crenças e de práticas relativas a entidades sagradas, ou seja, separadas, interditas; crenças e práticas que unem em uma mesma comunidade moral, chamada Igreja, todos os aderentes (DURKHEIM, 1996, p.59)

Contudo o fenômeno religioso desperta múltiplas opiniões. Algumas a favor e outras contras. Ora a religião é vista como um agente integrador, ora como um sistema de discriminação que precisa ser combatido.

O que deve ficar evidente e claro para quem estuda uma sociologia da religião é que esta atribui seus pressupostos absolutos e nem se caracteriza com perspectivas ideológicas, pois se reduz o fenômeno religioso à um fenômeno social, por excelência, e como tal, suscetível a uma série de processos que modificam e ressignificam suas essências, caracterizando sua diversidade entre as sociedades.

Sabemos que, tecnicamente, as religiões se estruturam em torno das crenças, dos rituais e dos vínculos que se estabelecem com o sobrenatural, condicionando as ações dos indivíduos e suas visões de mundo. Entretanto, as religiões se apresentam ao público por vias de uma dimensão material muito diversificada. Por exemplo o caso do judaísmo.

Segundo Berger (2003) as religiões tanto orientam a percepção da construção das coisas no mundo, como sua manutenção. E quando me refiro as “coisas”, são, justamente, quaisquer elementos, materiais ou abstratos, que se desenvolvem em torno das ações dos indivíduos e suas práticas, lhes atribuindo sentido e existência. São os aspectos da cultura, da fala, do que se come, do que se veste, de como deve ser o trato com as pessoas, os objetos e os animais. o que se deve fazer e quando deve ser feito. E se devemos ou não tomar consciência desta “realidade” por ela definida. As religiões podem ser instrumentos de controle e poder político (teocracias que não só existiram na antiguidade mas ainda se apresentam na vida contemporânea), como orientar movimentos de ruptura e revolta ou até conflitos entre as nações com base em suas divergências teológicas ou incongruências éticas (que nos acometeram dos conflitos da antiguidade, passando pelas crises entre o romanismo e protestantismo e, mais recentemente, nas altercações que envolvem as práticas como a islâmicas ao redor do mundo ocidental). É o que conclui Peter Berger:

Pode-se dizer, portanto, que a religião aparece na história quer como força que sustenta, quer como força que abala o mundo. Nestas duas manifestações, ela tem sido tanto alienante quanto desalienante. É mais comum verificar-se o primeiro caso, devido a características intrínsecas da religião como tal, mas há exemplos importantes do segundo. (BERGER, 2003, p.112)

Neste motivo que na sociologia (e demais ciências sociais) se defende que a religiosidade é um aspecto universal permeado pela cultura. E todas elas garantem algum tipo de arguição e resposta para outro problema também universal:  — a finitude da existência humana ou a morte.

Todas as religiões, em alguma medida, se preocupam em esclarecer para seus adeptos o problema da morte e o que ocorre depois dela, como podemos observar na história os fariseus e saduceus, da mesma religião, mas com características divergentes sobre a morte. É este sentimento que se estrutura em torno de uma crença. Os adeptos creem em algo que se estruturou como informação sobre o mundo vivido e o mundo sobrenatural, isto é, o mundo que está acima do natural, o humano. É assim que se estrutura a fé, os mitos e os rituais.

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